quarta-feira, 14 de maio de 2014

Corinthians estraga festa do Atlético-PR em evento-teste da Copa em Curitiba

Partida amistosa marcou o reencontro da torcida paranaense com a Arena da Baixada após mais de dois anos

Após 892 dias desde a última partida disputada na Arena da Baixada, a torcida rubro-negra pôde reencontrar seu time em um jogo contra um adversário de porte. Em amistoso que serviu de evento-teste para a Copa do Mundo 2014, o Atlético Paranaense recebeu um indesejável visitante, o Corinthians, que atrapalhou com uma vitória por 2 a 1. O que era para ser festa se transformou em um grande problema para a diretoria, já que a situação da comissão técnica ficou delicada.
Com mais ação desde o início, o Furacão abriu o placar - o primeiro gol da nova Arena - aos 13 minutos da primeira etapa, com Marcelo, que limpou a defesa e chutou no cantinho para balançar as redes. Aos 27 minutos, Luciano, arrematando de longe, deixou tudo igual. Depois do intervalo, os donos da casa voltaram bastante modificados e, aos nove minutos, viram Renato Augusto receber na área pra fazer o segundo do Alvinegro do Parque São Jorge.


Geraldo Bubniak/Gazeta Press
Jogadores do Corinthians comemoram o gol de Luciano na Arena da Baixada


                                                                                                   As atenções das equipes agora se voltam para o Campeonato Brasileiro. Enquanto o Atlético Paranaense encara a Chapecoense, o Corinthians tem o primeiro jogo em sua arena diante do Figueirense.

Organização mostra alguma evolução
Do lado de fora da Arena, agentes da Setran, órgão responsável pelo trânsito em Curitiba, delimitaram o raio de dois quilômetros no entorno do estádio, mas sem realizar o bloqueio efetivo. O resultado foi muito trânsito, com torcedores buscando locais para estacionar misturados com a hora do rush. Em volta da Arena, filas se formavam para entrar, mas desta vez com mais orientação dos voluntários, que com lanternas buscavam informar os locais de acesso.
Se o gramado parecia impecável, mesmo com alguns tufos maiores arrancados, suportando bem a chuva que apareceu no final de tarde e a insistente garoa no horário da partida, o mesmo ainda não pode se falar de algumas áreas internas. Sem ainda as acomodações ideais finalizadas, a imprensa ficou alojada em parte da arquibancada superior, passando por um pequeno caminho de lama, goteiras e obras ainda cruas pelos corredores, além dos famosos banheiros químicos.
Desta forma, uma das principais preocupações da Fifa, ou seja, a parte de tecnologia voltada à mídia internacional, não pôde ser testada. O sinal 4G, por exemplo, uma das formas de acesso à internet, mostrou-se instável em alguns momentos. Para os torcedores, acessos um pouco mais bem sinalizados e áreas liberadas em boa parte do estádio foram as grandes novidades em relação ao amistoso sem gols diante do J.Malucelli. Áreas de alimentação, banheiros, que ficaram sem água ainda no primeiro tempo, e circulação ainda são pontos a ser melhorados.
Torcer sentado ainda parece um hábito longe de ser incorporado pela cultura do torcedor brasileiro. Ruim para a visão de quem queria aproveitar as novas cadeiras - cerca de 30 mil já instaladas -, bom para as velhas coreografias, que encontraram espaço entre os corredores para ser encenadas.
O jogo
Antes mesmo de a bola rolar, o clima de tensão pelo lado rubro-negro, que colocou força máxima em campo, era evidente. Durante a apresentação da escalação alguns jogadores foram vaiados, como o zagueiro Cleberson, o volante Paulinho Dias e o meia Nathan. Sob forte observação, o técnico Miguel Ángel Portugal também não teve uma boa recepção.
O Furacão começou com maior volume de jogo, tentando pressionar, especialmente pelas laterais. A cada toque na bola do Timão, vaias ensurdecedoras com a nova acústica da Arena, que deixou para sempre o estigma de meio estádio para efetivamente se tornar um caldeirão. Aos seis minutos, Marcos Guilherme cobrou falta direto nas mãos de Walter. Aos poucos, os paulistas adiantaram a marcação, deixando as ações truncadas no meio-campo.


Heuler Andrey/Getty Images
Marcos Guilherme passa pela marcação de Bruno Henrique na Arena da Baixada

Aos 12 minutos, Marcelo partiu para a jogada individual, com direito a chapéu, mas ficou sem a bola. A torcida, pelo menos, gostou do lance e apoiou o atacante, que era dúvida até momentos antes do jogo. Mas, no lance seguinte, a jogada de Marcelo deu certo e um chute rasteiro, no cantinho direito de Walter, decretou o primeiro gol da Arena remodelada. O gol incendiou as arquibancadas, mas também acordou a equipe corintiana, que tentava sair mais para o ataque, deixando também mais espaços.
O empate do Timão quase veio em uma bela jogada trabalhada, aos 25 minutos, que terminou em passe para Luciano e para o gol, anulado de forma errada pelo assistente, que marcou impedimento. Na sequência, porém, Luciano abriu espaço e fuzilou para deixar tudo igual e comemorar muito. O Corinthians cresceu, mesmo com um time bastante desentrosado, com boa marcação pelo meio.
O Atlético foi para cima, e, aos 36 minutos, Natanael cobrou fata para Elias afastar do jeito que deu. Após a cobrança de escanteio, confusão na área até a bola descansar em segurança nos braços de Walter. As arquibancadas, que estavam em festa, já mostravam descontentamento com o apito final da primeira etapa.
Após o intervalo e da manutenção do gramado por funcionários do Atlético, o time da casa retornou totalmente modificado. Com Santos, Mário Sergio, Dráusio, João Paulo, Otávio, Bady, Bruno Mendes, Mosquito e Douglas Coutinho como novidades. O Timão voltou melhor e, aos sete minutos, Jadson fez o cruzamento para Santos afastar. Mas, aos nove minutos, em bela triangulação do ataque alvinegro com Luciano, a bola chegou para Renato Augusto tocar para as redes, acabar com o jejum, e ser abraçado por todo o banco de reservas e pela galera atrás da meta.
O Atlético, empurrado pelo torcedor, tentava subir de produção. Aos 16 minutos, o estreante Bady partiu para a jogada individual e Elias, mostrando muita vontade em seu retorno ao Corinthians, afastou. Mostrando que quer buscar uma vaga de titular, Renato Augusto fez a jogada que terminou nos pés de Elias e na defesa de Santos, aos 20 minutos. Mano Menezes aproveitou e começou a também mexer no time com as entradas de Danilo e Danilo Fernandes.
Danilo fez boa jogada pela esquerda, aos 26 minutos, e Luciano furou de forma bisonha na área. Os gritos de "Fora, Portugal" finalmente estouraram, mostrando que o clima de festa rapidamente se tornaria mais um capítulo da crise que se iniciou com a eliminação na Libertadores. Aos 31 minutos, Danilo Fernandes saiu errado e quase o Furacão aproveitou. Aos 38 minutos, Douglas Coutinho subiu na área para testar para fora. Esperando para fazer festa em sua casa nova, o Corinthians, com direito a gritos de "olé", já fez a primeira parte na Arena da Baixada.
FICHA TÉCNICA - ATLÉTICO-PR 1 X 2 CORINTHIANS
Local:
 Arena da Baixada, em Curitiba (PR)
Data: 14 de maio de 2014, quarta-feira
Horário: 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Luciano Roggenbaum (PR) e Diogo Moraes (PR)
Cartão amarelo: Lucas Olaza (Atlético-PR)
Gols:
Atlético-PR: Marcelo, aos 13 minutos do primeiro tempo
Corinthians: Luciano, aos 27 minutos do primeiro tempo, e Renato Augusto, aos nove minutos do segundo tempo
ATLÉTICO-PR: Weverton (Santos); Suéliton (Mário Sérgio), Cleberson (Dráusio), Léo Pereira (Alcides) e Lucas Olaza (Nathan); Deivid (João Paulo), Paulinho Dias (Otávio), Felipe (Douglas Coutinho), Natanael (Bady) e Marcos Guilherme (Bruno Mendes); Marcelo (Mosquito)
Técnico: Miguel Ángel Portugal
CORINTHIANS: Walter (Danilo Fernandes); Ferrugem (Guilherme Andrade), Felipe, Gil e Uendel (Guilherme Arana); Bruno Henrique (Ralf), Elias, Petros (Zé Paulo) e Jadson (Paulinho); Renato Augusto (Danilo) e Luciano (Malcom)
Técnico: Mano Menezes 
Por Gazeta  -

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